Fabio Rosso*
Em Não-me-toque, município do Rio Grande do Sul, a estudante de Jornalismo da Universidade de Passo Fundo (UPF), Poliana Patricia Glienke, de 20 anos, é exemplo desse fanatismo que envolve diversos torcedores pelo mundo inteiro.
Poliana visita o estádio do Internacional |
Revista ComArte - Quando iniciou o fanatismo pelo Internacional?
Poliana Patricia Glienke - Sempre fui torcedora do Internacional, porém minha paixão pelo esporte, em especial ao Inter, começou em 2005. Naquele ano o Inter decidia o Campeonato Gaúcho contra a equipe do 15 de Novembro. Meu pai, Romeu Glienke, sempre que podia acompanhava os jogos, mas justamente no dia da final coincidiu com a colheita da safra de soja e ele não pôde assistir. Foi ai que ele me pediu que eu fosse dar uma olhada no placar final do jogo. Fiz mais. Acompanhei todo o jogo, “olho na TV e ouvido na Gaúcha” e ainda anotei todos os lances de suma importância da partida, para que pudesse contar a ele quando retornasse. Fiquei impressionada com a emoção sentida durante a partida. A partir daquela data, passei a acompanhar mais atentamente o mundo esportivo.
ComArte - O que te motiva a ser fanática pelo time?
Poliana - Talvez o simples fato de me sentir bem e feliz com isso. O reconhecimento do meu trabalho que desenvolvo pelo time.
Estudante recebe autógrafo do ídolo |
ComArte - Qual o fato mais marcante para você em relação ao Internacional?
Poliana - Foram vários. A primeira vez no estádio, onde conheci um dos meus ídolos, Rafael Sóbis. O primeiro jogo ao vivo, Inter 1 x 0 Vasco, pelo Campeonato Brasileiro em 2010. A reportagem no Jornal Diário da Manhã de Carazinho. A nomeação como assessora de marketing do consulado do Inter de Não-Me-Toque. E claro, a escolha do curso de Jornalismo, onde a cada dia tenho mais certeza que estou no caminho certo.
ComArte - O que você já fez pelo Internacional?
Poliana - O simples fato de anotar todos os jogos, já demonstra o meu carinho por ele. Tenho blog , twitter , facebook e e-mail relacionados ao time. Está em andamento também um projeto de criação de um site próprio onde nele estará exposto todo esse trabalho, para que internautas, amantes do esporte, possam conhecer o meu trabalho. Como se percebe, em tudo menciono a palavra colorada.
ComArte - Como sua família lida com esse seu fanatismo?
Poliana - De início eles consideravam uma loucura. “Para que perder tempo com isso?”. Essa era a pergunta feita várias vezes a mim. Confesso, parava para refletir. Mas em nenhum momento desisti. Quando percebi que isso poderia me trazer um resultado positivo, me motivei mais ainda.
ComArte - O fanatismo te levou a cursar Jornalismo para após trabalhar com esporte? O que você pretende profissionalmente?
Poliana - Sim. Foi um dos motivos que me levou a cursar Jornalismo. Porém eu já gostava de escrever, acompanhar noticiários, escutar rádio AM e sempre admirei muito o trabalho dos jornalistas. Profissionalmente, quero me especializar em Jornalismo Esportivo e quiçá trabalhar e um meio de comunicação como a Gaúcha ou Zero Hora.
ComArte - O que você considera fazer de mais fanático pelo Inter?
Poliana - Como diz certa comunidade na rede social do Orkut “Agora não posso tenho jogo do Inter”. Essa frase explica tudo. Gosto de ir à associação assistir aos jogos, sempre acompanhada de um caderno e uma caneta. Depois retornar, e continuar atenta, escutando as coletivas, e o que de mais importante aconteceu no mundo, não só no meio esportivo, mas social, político e econômico. Enfim, informação é tudo.
ComArte - Qual história você recorda que mais lhe marcou em relação a algum contato que você já teve com o time que demonstra o seu fanatismo?
Poliana - Ainda em 2005, tive a oportunidade juntamente com meus colegas da 8ª série do Ensino Fundamental, de visitar a capital e conhecer os estádios, tanto o Olímpico quanto o Beira-Rio. Um comportamento, até certo ponto irreconhecível. Essa definição eu uso hoje, para definir o que aconteceu naquele dia. Nervosa, eu tremia ao simples fato de avistar o estádio. Quando vi os jogadores treinando, me vi realizada. Para completar recebi a notícia que o Rafael Sóbis iria nos conceder uma sessão de autógrafos e algumas fotos. Esse dia ficará marcado para sempre na minha vida.
ComArte - Você acha saudável o fanatismo? Ele alguma vez já lhe prejudicou? Você já deixou de fazer algo que deveria pelo Internacional?
Poliana - Eu considero meu fanatismo sadio, porque me faz bem. É gostar de algo e defendê-lo sempre que mencionado. As críticas também não podem deixar de existir, pois em muitos casos ela é necessária. Eu me considero fanática, quando há um jogo decisivo e que o time necessita da vitória. Nesse momento o nervosismo aumenta. Fora isso, considero como um projeto de pesquisa, onde me levou a adquirir um vasto conhecimento na área. Tanto que criei um blog , onde posto meus textos. Quanto à pergunta se já deixei de fazer algo, para acompanhar o jogo do Inter. Deixei sim, mas consciente, pois sabia que iria fazer algo mais interessante.
Fanatismo de Poliana a leva a lugares destinados ao clube |
ComArte - O que você sente quando assiste ao jogo do Inter ou fala sobre o time?
Poliana - Foram poucos os jogos que não acompanhei desde que comecei com esse trabalho. Nos deparamos com certas situações que às vezes nos impossibilitam de acompanhar os jogos, mas nada que passe despercebido. No dia seguinte busco ler, assistir os melhores momentos para que eu possa fazer a minha análise e meu comentário. Sentimentos como orgulho, felicidade, satisfação. O simples fato de gostar do que está fazendo.
Ficou curioso sobre o que pensam torcedores fanáticos? Confira uma reportagem feita pela Record com Junior Zuniga, torcedor fanático pelo Corinthians http://www.youtube.com/watch?v=5NsY5O_Dv7k
*Aluno do VII nível de Jornalismo On-Line.
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