quarta-feira, 8 de junho de 2011

Na contramão das redes

Jéssica França

O tempo em que as notícias eram transmitidas no boca- a- boca aparentemente chegou ao fim. Os meios que surgiram posteriormente, como o telefone, a televisão e o rádio perderam de certa forma, seu espaço para um fenômeno novo: o mundo virtual. Ele chegou, ganhou espaço e está a cada dia conquistando um maior número de adeptos.

As novas formas de relacionamento na internet têm a capacidade de abranger um número expressivo de pessoas, alterando a idéia de tempo e espaço. Os blogs e redes sociais como Twitter, Facebook ou Orkut são algumas das principais ferramentas utilizadas pelos internautas. Mesmo assim, é comum encontrar pessoas, que são avessas à elas e de alguma forma, resistem às transformações que a sociedade está passando.

A equipe da Com Arte foi às ruas e conversou com pessoas que não estão abertas a essas novas práticas sociais. O objetivo foi saber por que elas resistem a esta realidade.

Camila Rosa de Souza – 22 anos estudante de Psicologia: “Não tenho coragem de expor a minha vida, acho uma invasão de privacidade às redes sociais, é uma questão de timidez prefiro manter a minha vida restrita a pessoas do meu convívio. Passo no mínimo 2 horas do meu dia navegando na rede, procuro estar sempre atualizada, mas com relação às redes sociais prefiro me manter afastada.”.

Sandra Maria Moraes – 45 anos – Supervisora de Telemarketing: “Não tenho tempo para ficar colocando foto ou lendo o que as pessoas postam, acho que não tenho nenhum perfil nas redes porque acho que todo mundo só quer aparecer, falar bobagens tenho pouco tempo livre e procuro me ocupar mais com minha família.”

Zanandréia Kurtz – 33 anos estudante de Pedagogia: “Não gosto de Orkut e Facebook, há algum tempo atrás eu até tinha um perfil, mas deletei porque tinha muita gente que entrava no meu Orkut para saber o que eu fazia, aonde eu ia e depois ficava comentando, quando fiquei sabendo decidi excluir minha conta”.

Alexandre Goelzer Mariano – 26 anos estudante de Educação Física: “Eu não tenho nenhum perfil nos sites de relacionamento, primeiro porque não tenho tempo para ficar entrando e atualizando e segundo porque é uma coisa que todo mundo tem e um mexe no perfil do outro e acaba sabendo como funciona a vida da pessoa.”.

A privacidade nesses casos é uma questão que a cada dia se discute mais, já que milhões de usuários vêem aderindo ao mundo virtual. O fato de que as redes facilitam a comunicação com amigos, contatos profissionais e mesmo com informações instantâneas é inegável, por isso mesmo parece estranho ver alguém de vinte anos não aderindo a algo que é muito utilizado pelos mesmos jovens de sua geração. Porém ainda assim é possível encontrar algumas pessoas que não aderiram ou que preferiram não fazer mais parte desse mundo virtual.

Em entrevista com a Psicóloga Rubia Machado ela nos diz que “Muitas pessoas tem ainda dificuldade em aceitar e entender o mecanismo da internet, porque tudo isso é muito recente, tem menos de 20 anos. Para os jovens é mais fácil se adaptar, mas para as outras gerações é muito difícil, por exemplo, entender o que é um Twitter ou mesmo um MSN.

Outra questão que Rúbia ressaltou foi a importância da privacidade, “as pessoas tem uma relação com outras pessoas via internet e, ao mesmo tempo, não tem. A forma como conduzem suas vidas faz com que muitas queiram expor tudo o que fazem e outras terem pavor de colocar uma foto no perfil”.

Existem alguns recursos que permitem ao usuário selecionar quem pode ter acesso a suas fotos e recados, contudo a discussão sobre os limites da privacidade na metrópole comunicacional, envolvendo as redes sociais vão continuar. Sempre encontraremos pessoas adeptas , abertas ao novo e as pessoas na contramão das redes.

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