A estudante de turismo Geisy Arruda, que na noite do dia 22 de outubro resolveu aparecer na Universidade de vestido curto, acabou sendo humilhada por seus colegas e teve que sair do prédio escoltada pela Polícia Militar usando um jaleco. Pouco depois, no dia 8 de novembro, foi expulsa da instituição, gerando uma repercussão internacional do caso. Teve briga judicial, divisão de opinião dos estudantes, pais e professores do todo o Brasil, e rendeu a Geisy mais do que ela imaginava. O último acontecimento na vida desta moça de longos cabelos loiros, que até música já ganhou, é o convite para desfilar na escola de samba Leandro de Itaquera no Carnaval 2010. Mas, afinal o que move isso tudo? Uma desigualdade de gênero? Uma simples autopromoção? Confira a seguir a entrevista realizada com o aluno do curso de Jornalismo da Universidade de Passo Fundo Marcos dos Reis
- O que acha da atitude da aluna, sendo ela estudante do nível superior? A roupa era adequada pra freqüentar a Universidade?
A roupa não era adequada. O momento também não. A atitude dela não deveria ter sido esta. Uma universitária não deveria ter provocado a situação em que ela se envolveu, ou quem sabe de fato este era o objetivo dela. No meu ver ela queria se promover e de fato conseguiu, tanto que conseguiu contrato com uma revista masculina e já devem ter outras atrás dela. Ficou duas semanas na televisão e conseguiu o objetivo dela que era se promover facilmente e ganhar algum dinheiro.
- Hoje, vivemos num mundo onde as pessoas se dizem modernas e pregam a liberdade de expressão. A atitude dos alunos e do reitor fere a liberdade de expressão?
Acho que ela usando roupa curta ou não, não dá o direito à agressão. Mas, liberdade de expressão não existe neste fato. Liberdade de expressão não quer dizer eu freqüentar um local usando um traje não adequado.
- O que pensa da atitude dos alunos envolvidos no escândalo?
Como já havia respondido, não era direito dos outros alunos agredir verbalmente ou fisicamente outra pessoa.
- A atitude do reitor de expulsar a aluna foi correta?
Não sei se a atitude deveria ter sido esta, mas no mínimo uma suspensão era aceitável.
- Se o episódio tivesse acontecido aqui na Universidade, pensa que a providência tomada teria tanto rigor?
Eu acho que aqui na UPF nós não reagiríamos desta maneira porque vemos coisas bem próximas da situação acontecida na Uniban em se tratando de vestimenta. Existem alunas que também se vestem em desacordo. Claro que a pessoa chama atenção, mas agressão física tanto quanto verbal eu duvido que existiria.
- Acha que existem situações de maior gravidade que passam despercebidas dentro das Universidades?
Não me recordo de nada que possa expor no momento, mas acredito que existam situações piores.Tem fatos que não pode se passar a mão na cabeça tem que punir de acordo para que o caso, seja ele qual for, não venha a se repetir.
- O que acha da cobertura da mídia a respeito do fato?
A mídia dá muito destaque para esses tipos de acontecimento, principalmente quando se pode usar do sensacionalismo, podendo também se aproveitar da desgraça alheia. Alguns órgãos de imprensa se aproveitam destes fatos. Outro coisa que estão fazendo é já valorizá-la como artista, e os verdadeiros artistas que levam anos trabalhando e procurando se qualificar na sua profissão não tem o devido reconhecimento e espaço para mostrar o trabalho, como essas celebridades de instante que aparecem do dia para a noite.
- E da repercussão internacional?
É o que eu digo, a mídia dá muito espaço pra esses casos que não tem credibilidade, e fatos reais que devem ser mostrados e podem contribuir para alguém são esquecidos. Fica uma pergunta: porque a mídia não dá espaço para mostrar problemas reais e fazer campanhas para corrigir o que está errado, como por exemplo a saúde pública, coisas que não tem tanto destaque na mídia quanto os escândalos, coisas vulgares.
- Para dar a sua opinião sobre a entrevista, entre em contato com o entrevistado pelo email marcosdosreis1@yahoo.com.br
Mais sobre o caso:
sábado, 21 de novembro de 2009
Orgulho e preconceito
Verônica Faquin, acadêmica de jornalismo, VII nível
Postado por Revista Online às 04:53
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