Francisco Ribeiro, conhecido como Chico, é gaúcho de Dom Pedrito na fronteira com o Uruguai. Jornalista formado na Universidade de Vale dos Sinos, São Leopoldo, Rio Grande do Sul e Pós Graduado em Administração Pública na UNOESC de Joaçaba. Francisco é filho de Armando Ribeiro e Zilá Maciel Ribeiro. Também atua como jornalista na Prefeitura Municipal de Concórdia-SC. Chico é um dos grandes líderes do movimento Afro, naquele município e que a cada ano está crescendo.
Você já sofreu algum tipo de preconceito? Qual?
Chico: Nenhum. Embora às vezes me olhem de maneira estranha. É um preconceito velado. Não dizem, mas parecem pensar sobre.
Como você vê o movimento negro hoje? E as questões de cotas, diversidade, etc...?
Chico: O Movimento está se fortalecendo, pois trata de direitos e deveres do povo afro com a sociedade. Temos de mostrar nossa importância também trabalhando questões como a influência da etnia na formação e também reivindicando. Não somente reivindicando. As cotas reparam um mal histórico. Os afros vieram escravizados ao contrário de outras etnias que foram incentivadas a deixarem seu país.
Qual é a sua opinião sobre as leis que resguardam o movimento Afro Brasileiro?
Chico: Ainda são incipientes. A Lei 10.639 que trata do ensino da África e da cultura africana nos currículos escolares não é cumprida. O Estatuto da Igualdade Racial está ‘parado’ no Senado.
Como você acha que a mídia retrata a cultura afro? Há preconceitos?
A mídia esquece da população afro descendente. Lembra-a somente durante o mês de maio quando da Abolição da Escravatura e em novembro, com a Consciência Negra. É pouco. Falta dizer a importância da etnia na construção do Brasil. O preconceito existe. Além do racial, o econômico.
Você já fez ou faz parte de algum movimento afro?
Chico: Sim. Sou presidente da OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Ventre Livre, desde maio deste ano aqui em Concórdia-SC.
Fale um pouco sobre o seu livro.
Chico: O livro surgiu a partir de Mostras Fotográficas feitas com a população afro de Concórdia em 2005 e 2006. Reunimos esse material, editamos um livro através da Prefeitura de Concórdia. Todos os estabelecimentos de ensino do município receberam um exemplar, além das pessoas fotografadas e que tiveram relatos na obra.
0 comentários:
Postar um comentário